Mano Menezes, recém-chegado ao comando do Grêmio, começa a implementar sua filosofia com foco na organização coletiva como chave para a evolução individual dos jogadores.
Após o empate por 1 a 1 contra o Vitória, fora de casa, o técnico foi direto ao abordar a realidade do futebol brasileiro, afirmando que o nível técnico da maioria dos atletas é mediano, e que, por isso, o diferencial está na estrutura tática do time.
Segundo Mano, a escassez de jogadores fora de série no cenário nacional é um reflexo da constante exportação de talentos para o exterior. O restante, em geral, são jovens promissores ou veteranos retornando ao país. Para o treinador, o sucesso passa por equilibrar essas peças com um modelo de jogo eficiente. “O que faz a diferença é a organização”, resumiu.
Mano vê possibilidade de títulos no Grêmio mesmo com folha menor do que super times no Brasil
No entanto, o técnico reconheceu os desafios para aplicar suas ideias em meio ao calendário apertado. Com pouco tempo para treinar, a prioridade tem sido preservar os atletas do desgaste físico. Treinos mais estáticos, como simulações sem enfrentamento, foram usados para minimizar riscos de lesões, o que, segundo ele, limita certos ajustes técnicos e táticos.
Mano acredita que a parada para o Mundial de Clubes, entre junho e julho, e a data Fifa em junho, serão fundamentais para consolidar sua proposta. “Vamos conversar muito até lá”, disse, apontando que o período permitirá aplicar conceitos com mais profundidade.
Como exemplos positivos, o técnico citou o Fortaleza e o Vitória da temporada passada, que, mesmo com investimentos modestos, conseguiram boas campanhas graças à organização. Ao falar do Grêmio, reforçou que clubes do Sul, mesmo com limitações financeiras, podem ser competitivos.
“Não temos os mesmos recursos, mas podemos vencer com trabalho, equilíbrio e inteligência”, concluiu o treinador, sinalizando confiança em um projeto sólido mesmo diante de adversidades.
