Em uma trajetória que combina persistência, talento e ousadia, Bergson Gustavo Silveira da Silva, mais conhecido simplesmente como Bergson, se consolidou como um dos principais nomes do futebol asiático na última década. Revelado pelo Grêmio, o atacante gaúcho encontrou no Johor FC, da Malásia, o palco perfeito para seu futebol e sua capacidade goleadora.
Nascido em Alegrete, no Rio Grande do Sul, Bergson logo mostrou sua aptidão para o futebol. Apesar do potencial evidente desde as categorias de base do Grêmio, sua carreira profissional no Brasil foi marcada por altos e baixos, passando por diversos clubes sem conseguir uma estabilidade.
Ex-Grêmio, Bergson se tornou ídolo na Ásia
Para muitos, o sucesso de Bergson no futebol asiático pode parecer surpreendente, mas o atacante vê sua jornada como resultado de muito trabalho e dedicação. “Eu acho que foi um alinhamento de vários fatores. Eu já vinha de bons trabalhos no Brasil, com muita dedicação à parte física e isso me ajudou aqui. Desde a apresentação, em que fizeram um vídeo muito legal, deu para ver que eles estavam preocupados com que eu me sentisse bem. Outra coisa que notei e que achei fundamental é que existe uma dedicação muito grande para que o clube seja cada vez maior, e isso tem reflexo o vestiário”, disse o jogador em entrevista ao portal GZH.
Com 121 gols nos últimos quatro anos, dos quais 114 foram pelo Johor FC, seus números impressionam. Atualmente, com 33 anos, o jogador ostenta o título de brasileiro com mais gols na atual década fora do país, um feito não apenas para seu currículo, mas para o futebol brasileiro no exterior.
Além dos desafios dentro de campo, Bergson também encontrou diferenças significantes fora dele. “O que eu mais achei diferente foi a alimentação. Eles usam bastante pimenta. Tem uma questão cultural, que é bem diferente do Brasil, que é comer com a mão. Fora isso, o fuso horário, que são 11 horas de diferença. Mas o clima é bom, calor o ano todo. O inglês é a segunda língua, e eu já vinha estudando quando estava no Brasil. Então, aqui consegui acelerar o processo. Estou indo para o meu quarto ano, superadaptado”, disse o jogador.
A relação com os fãs também é algo que Bergson destaca. Segundo ele, existe uma admiração especial dos malaios por jogadores brasileiros, algo que ele atribui ao seu estilo alegre e brincalhão. Porém, o que realmente o impressiona é o comportamento nas arquibancadas.
“Eles gostam muito de brasileiros, e eu tenho um jeito mais brincalhão. Acho que isso também conta. Mas me parece que eles vão ao estádio como se fosse um evento, um show de um grande artista que eles admiram. Claro que querem a vitória do time deles, mas não sinto um ambiente de violência, como infelizmente vemos tantas vezes aí no Brasil. Não podemos generalizar as torcidas no Brasil, mas vemos com frequência ataques a torcidas e jogadores de clubes adversários, e isso dá uma tristeza enorme. Não consigo imaginar isso acontecendo aqui”, finalizou.
