Na última terça-feira (7), a CBF pegou os torcedores de surpresa, ao anunciar o adiamento dos jogos envolvendo as equipes gaúchas, por pelo menos 20 dias. A expectativa era que todo o Campeonato Brasileiro fosse paralisado, tanto para não prejudicar as equipes como Grêmio, Inter e Juventude, quanto para que o foco esteja completamente voltado às doações ao Rio Grande do Sul.
A catástrofe que toma conta de inúmeras cidades, vem deixando mortos e desabrigados, com inundações que atingiram até mesmo o Beira-Rio e a Arena do Grêmio. Ainda assim, a CBF entende que o Brasileirão não deve ser paralisado neste momento. O comentarista do UOL, Walter Casagrande Júnior, se mostrou revoltado em sua coluna, com o descaso em relação aos times gaúchos e às vítimas da tragédia.
“A CBF discute soluções, e há a possibilidade dos times do Sul treinarem em outros estados para dar continuidade ao campeonato. A falta de sensibilidade dos dirigentes do futebol brasileiro é revoltante. A questão não é onde treinar e jogar, mas sim a dor, a preocupação e a aflição dos jogadores que têm amigos e familiares no meio dessa tragédia”, destacou Casagrande.
Casagrande aponta questionamentos para a CBF
Vale lembrar que o aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, segue sem voos por tempo indeterminado. Além disso, as equipes sequer estão realizando treinamentos, e muitos jogadores estão atuando à frente da situação, contribuindo com resgates e doações. Para Casagrande, os atletas nem teriam o que comemorar, em meio às enchentes no Rio Grande do Sul, algo a ser analisado pela CBF.
“Uma região do país está completamente submersa, e a CBF discute maneiras de dar continuidade ao campeonato brasileiro. Quem fizer um gol vai comemorar o quê? A felicidade de um simples gol será maior do que a tristeza de uma tragédia? Quanto valem hoje em dia o amor, a solidariedade e a filantropia em comparação com a bola rolando?”, questionou Casagrande.
