O Estádio Antônio Braz Sessim, conhecido como Sessinzão, é um marco peculiar da história do futebol gaúcho. Localizado em Cidreira, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, a 100 km de Porto Alegre, o estádio é um símbolo de ambição e controvérsia.
Com capacidade para 18 mil pessoas, a construção chamou atenção por superar a população da própria cidade, que atualmente tem cerca de 16 mil habitantes, segundo o IBGE.
Inaugurado em fevereiro de 1996, o Sessinzão recebeu sua primeira partida oficial entre Internacional e Ypiranga. Nesse mesmo ano, o estádio foi palco da Copa Renner, reunindo Grêmio, Sport, Nacional e Cerro Porteño. A competição culminou com o título gremista, conquistado nos pênaltis contra o Sport, em uma final que evidenciou o potencial do local para eventos esportivos.
Grêmio já atuou em estádio Beira Mar no Rio Grande do Sul
Apesar do início promissor, a trajetória do Sessinzão foi breve. Apenas 19 jogos foram realizados no estádio, que rapidamente caiu em desuso. A tentativa de reativá-lo em 2007 não foi suficiente para reverter o abandono, e a estrutura foi interditada definitivamente em 2010.
A construção do estádio foi promovida pelo então prefeito de Cidreira, Elói Braz Sessim, que homenageou seu pai ao nomear o local. No entanto, o político foi alvo de investigações por irregularidades financeiras, tendo seu mandato cassado e chegando a ser preso.
O estádio, que inicialmente representava um sonho para a cidade, tornou-se um símbolo de desperdício de recursos públicos.
Atualmente, o Sessinzão permanece como um “elefante branco” em meio às areias da praia. A falta de viabilidade financeira e os entraves burocráticos impediram tanto sua revitalização quanto sua demolição. Assim, o estádio permanece como um lembrete do breve momento em que o futebol gaúcho chegou à beira-mar, reunindo ícones como Grêmio e Inter em um cenário único e, ao mesmo tempo, controverso.
