O futebol brasileiro perdeu nesta terça-feira (8) um de seus grandes ídolos: o ex-goleiro Manga faleceu aos 87 anos, no Rio de Janeiro, após enfrentar uma batalha contra o câncer de próstata. Hailton Corrêa de Arruda, nome de batismo do lendário arqueiro, deixou sua marca em diversos clubes, mas foi no Botafogo e no Internacional que construiu capítulos memoráveis de sua trajetória.
Manga foi titular da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1966 e ficou conhecido não apenas por suas defesas precisas, mas também por uma peculiaridade: ele não utilizava luvas, alegando desconforto devido aos dedos tortos. Em vez disso, usava óleo e areia para melhorar a aderência nas mãos, tornando-se uma figura icônica debaixo das traves.
No Botafogo, clube que anunciou oficialmente sua morte e prometeu homenagens, Manga viveu anos de glória entre 1959 e 1968. Participou de uma geração vitoriosa, dividindo o campo com craques como Garrincha, Nilton Santos e Didi. Pelo clube carioca, conquistou quatro Campeonatos Cariocas e três Torneios Rio-São Paulo, consolidando-se como um dos pilares do time.
Manga, ex-goleiro de Grêmio e Inter, faleceu aos 87 anos
No Internacional, chegou em 1974 e logo se tornou peça fundamental na conquista de dois Campeonatos Brasileiros (1975 e 1976) e três títulos do Campeonato Gaúcho.
Sua atuação segura e imponente sob as traves coloradas o transformou em um dos maiores goleiros da história do clube. Mesmo após deixar o Colorado, ainda teve passagem marcante pelo rival Grêmio, onde levantou mais um título estadual.
Manga também brilhou fora do país. Pelo Nacional, do Uruguai, foi campeão da Libertadores e do Mundial de Clubes em 1971, além de conquistar quatro títulos nacionais. Encerrou a carreira atuando no Barcelona de Guayaquil, no Equador, e depois seguiu contribuindo com o esporte como preparador de goleiros.
